Verão na Riviera - Elizabeth Adler O Hotel Riviera é um pequeno refúgio no sul de França. O hotel encontra-se situado mais propriamente em Cote d'Azur, perto de Saint Tropez, uma zona normalmente associada a riqueza, a extravagância. Um paraíso azul, invejável, onde Lola March Laforêt mantém o seu pequeno hotel que prima pela simpatia, qualidade de serviço e pela gastronomia saborosa. Isto porque Lola, não é só a gerente deste simpático hotel, mas também a chef de serviço. Este hotel é o orgulho de Lola e é também a sua razão de viver. Sem este espaço, Lola não seria nada, além de ficar sem casa e sem emprego. É, sem dúvida alguma, a sua joie de vivre. O hotel foi construído transformado depois de se ter casado com Patrick Laforêt, o francês que conquistou Lola em Las Vegas. Contudo, Patrick não pode ser considerado o homem de sonho de nenhuma mulher, pois além de ter o vício do jogo, tem também o vício das mulheres e há seis meses que este desapareceu e deixou Lola desamparada e com o casamento em suspenso. Lola sabe perfeitamente que a única razão plausível para este desaparecimento é outra mulher, porque o seu marido é um ser-humano completamente previsível. Assim, Lola mantém a gerência do hotel por mais um verão, que sem ela saber, iria mudar o resto da sua vida. Quando vê uma embarcação atracar na enseada onde tem o seu hotel, com um homem completamente fora do vulgar como comandante da embarcação, mal sabe que a sua vida vai dar uma reviravolta completa. Jack Farrar, um americano de Newport, e que adora viajar pelo mundo, não sabe igualmente, que quando conhecer Lola March Laforêt, a sua vida dificilmente será a mesma...Sendo eu, conhecedora das obras de Elizabeth Adler, posso com certeza, dizer que Verão na Riviera não é dos seus melhores livros. De facto, esta leitura deixou muito a desejar, tal como a anterior já tinha deixado. Não posso dizer que vou deixar de ler esta autora, porque seria uma mentira, mas a verdade é que depois de ter lido Romance na Toscana, ainda não consegui ler outro livro dela que lhe comparasse ou superasse. Este livro foi ligeiramente mais mistério do que romance, ao contrário dos anteriores. O foco principal está no desaparecimento de Patrick Laforêt e o romance é posto em segundo lugar e na verdade, fez a autora muitíssimo bem, pois foi exactamente o mistério que salvou o livro. A escrita da autora continua ao nível de sempre e esse é um elemento constante que continua sempre a agradar-me - uma escrita leve, fluída e sem nenhum floreio em especial. É a típica leitura destinada a limpar a mente, leve e descontraída. Outro elemento constante na autora e aquele que vejo como sendo a sua imagem de marca, é as viagens que ela leva os seus leitores a fazer. Se quer viajar mas não o pode fazer por qualquer motivo, ler os livros de Adler é uma segunda escolha igualmente compensadora. A autora leva-nos a todo o mundo e neste livro podemos conhecer melhor o sul de França: Cote d'Azur, Marseille, Saint Tropez, e também um pouco de Itália. Podemos deliciar-nos com as paisagens que a autora nos descreve, mas também com a gastronomia a rigor. Esta é uma marca indelével nestes livros. O mistério não foi propriamente surpreendente, mas ainda assim, conseguiu trazer-me algumas surpresas com as quais eu não esperava. Gostei, sobretudo, da participação de Miss Nothingale, uma das hóspedes usuais do hotel Riviera, viúva de um ex-inspector da Scotland Yard, que tem uma mente desperta, ágil e que é a personagem que acaba por descobrir a pólvora, a chave do mistério de Patrick. Contudo, o romance entre Lola e Jack desiludiu-me um pouco, foi um bocado pãozinho sem sal. Estava à espera de um romance arrebatador, digno do paraíso de sul de França e acabei por criar expectativas demasiado elevadas para este casal. Tiveram alguns momentos ternurentos, mas foi apenas isso. As próprias personagens tiveram um desenvolvimento muito superficial, especialmente Lola que é abandonada pelo marido e esperava mais exploração desta personagem. Já para não falar que achei ridículo que ela tivesse uma galinha como animal de estimação e achasse que a galinha a amava e compreendia. Eu gosto de te mente aberta, mas há coisas que simplesmente me parecem absurdas. Enfim.Concluindo, este livro não me encheu as medidas, apesar de a vertente misteriosa ter sido interessante, bem como a luta pelo Hotel. Uma leitura que não deve ser feita com muitas expectativas, mas que entretém. Espero que o próximo livro de Elizabeth Adler me conquiste de forma mais notória.