Fifty Shades of Grey - E.L. James 1,5 stars como visto aqui Anastasia Steele é uma jovem de 21 anos, estudante de Literatura. Tem a vida pela frente e levava uma vida calma, sem sobressaltos, até que conheceu o empresário Christian Grey. Christian tem 27 anos e é um homem de negócios vergonhosamente rico, com gostos algo excêntricos. Este homem duro, exigente, obstinado e controlador também guarda um segredo. O Quarto Vermelho da Dor é um pequeno espaço, cheio de instrumentos de BDSM - que em inglês significa Bondage, Discipline, Sadism, Masochism. Isto porque Christian acredita que esta é única maneira possível para que uma relação íntima possa existir entre duas pessoas. A relação entre dominante e submisso é a única que faz sentido para ele. Quando Anastasia aparece no seu escritório para lhe fazer uma entrevista para o jornal da faculdade, porque a sua colega Kate está doente, Christian fica completamente cativado por esta jovem inexperiente e que cora a cada frase mais atrevida que diz. Ana também fica completamente cativada por este homem que tem mais dinheiro que juízo e a atracção que se estabelece entre os dois torna-se perigosamente sensual. Mas Ana fica assustada quando Christian lhe pede para ele ser a sua submissa e para partilhar com ele os prazeres e as dores do seu quarto vermelho. Ana tem as suas dúvidas, porque apesar de confiar no Christian, sabe que ele esconde um segredo qualquer debaixo daquela carapaça controladora. Mas por outro lado, não lhe consegue resistir...Nunca mostrei interesse por este livro. Nem mesmo quando o histerismo à volta desta obra começou. Nem mesmo quando o livro ficou nos primeiros lugares do top nacional durante semanas e semanas sem fim. No comboio e no metro, só via pessoas a ler este livro. Inclusive senhoras com a idade da minha avó. Não conseguia perceber que raio se tinha passado na cabeça das pessoas. Queixam-se que o país lê pouco, mas basta um romance erótico ser publicado para toda a gente ir a correr comprá-lo. Eu sei que o sexo vende, mas isto é demais. São capazes de dizer que clássicos não prestam, mas estes livros fast-food já são literatura. Enfim, isto é um pequeno desabafo. Voltando ao que eu estava a dizer, de facto eu não queria ler este livro. Mas quando os pedidos para eu fazer uma opinião a este livro começaram a chover, comecei a pensar duas vezes sobre a questão. Não estava lá muito entusiasmada. Eu tenho um gosto muito variado em livros. Já inclusive li outros romances eróticos (bem melhores que este, se me dão a liberdade de dizer). Contudo, o facto de saber que isto foi uma fan-fiction e ter uma relação BDSM não me entusiasmava. Sinceramente, o que leva outra pessoa a ser submissa? Não tem piada nenhuma, não me venham com coisas. Isto não tem nada de sensual.Ah e tal, ela leva umas palmadas fortes no rabo e isto sim, é que sexo! Que prazer! (Pois, isto é completamente ridículo.)A escrita de E.L.James não podia ser mais simples. Com muito pouca variedade de vocabulário, varia entre "Oh my" and "Holy Shit / Holy Fuck". Temos de ensinar a senhora a ver o dicionário de sinónimos. Portanto, como estava a dizer, a escrita é pouco profunda, é daquelas coisas que se lê, sabe-se o que se passa, mas nada se absorve. Não acrescenta nada. Os personagens igualmente. A Anastasia é uma rapariga fraca, completamente inexperiente, mas que tem lá uns laivos de segurança e irreverência pelo meio. Que personalidade tão contrastante e falsa. Falta aqui consistência. Depois temos o Christian Grey. O Homem. Perfeito. Controlador q.b., completamente tarado, maluco da cabeça porque teve um passado completamente macabro. Juntando as peças, temos o público feminino a derreter-se. Ri-dí-cu-lo. Quer dizer, só porque o rapaz teve um passado mau, já é um herói irresistível? É que eu arrisco-me a dizer que foi o personagem masculino que mais me desiludiu em todos os livros eróticos (e mesmo sem serem deste género) que já li. Portanto, não, não desmaiaria se ele me aparecesse à frente. Nem uma vez fez com que eu desejasse ter alguém como ele a meu lado. Deus me livre de tal destino, credo. Acho que as únicas personagens que se safaram foram a Kate e o Elliot. Estes dois deram-me vontade de continuar a ler o livro e mantiveram-me interessada no enredo. E claro, queria saber porque é que o Grey é tão taradinho da cabeça. Como diria a Ana, ele é um weird motherfucker. As cenas de sexo: algumas estão bem escritas e parecem-me até quase românticas, que envolvem sentimento. Outras dá-me vontade de rir e de revirar os olhos de tão aborrecidas que são. Quero lá ler sobre uma mulher a levar estaladas no rabo e coisas semelhantes. Concluindo, não consigo perceber onde é que estão os argumentos para este ser dos melhores livros de 2012. Não consigo. Não que tenha algo contra quem gosta. Aqueles que gostaram, acho que estão no seu pleno direito e não devem ter vergonha disso, pois cada um gosta de coisas diferentes. Mas este livro aborreceu-me e sinceramente, só fiquei com vontade de ler os seguintes para saber como é que isto vai acabar porque senão fosse por isso, ficaria por aqui.A moda veio para ficar, espero é que apareceram por aí romances eróticos com mais qualidade.