Refém do Amor - Susana Serrão, Nora Roberts Acabei. Este Refém do Amor é um bom livro. Tem qualidade suficiente para fazer parte do meu top 10 da autora. O enredo está todo muito bem estruturado. Digamos que me fez relembrar o que eu gostei tanto à primeira vista na escrita da Nora Roberts.Este é um dos livros dela com mais suspense. Era completamente impossível de descobrir o assassino e nem por isso deixei de criar imensas teorias para a identidade que eu achava mais provável.As cenas mais dramáticas e de acção estão todas muito bem feitas, porque têm um toque de realidade.Esta situação de reféns e de negociações é já um assunto que todos vimos - nem que seja uma vez - em filmes, ou em livros. É muito usual esta temática. No entanto, esta é uma primeira para a NR e acho que ela se saiu mesmo muito bem.Gostei muito dos personagens que ela retrata. A Phoebe e a força dela; o carácter e a personalidade. A autoridade. A determinação. Mas com algumas falhas humanas, como todos temos. O facto de as personagens deste livro estarem dotadas de defeitos - mais do que é normal num livro da Nora - fez-me desenjoar da perfeição das personagens que ela costuma construir.Curiosamente e não só por causa dos defeitos, a Phoebe faz-me recordar da personagem Eve da série Mortal, editada pelo pseudónimo da autora, a J.D.Robb.Criei também muita empatia com as personagens secundárias - a mãe da Phoebe, a Ava e a Carly. Ainda também a Ma Bee, a Loo e o Phin. Gostei imenso da relação familiar deles todos e com o Duncan.Já o Duncan, também um personagem masculino muito forte. Demonstrou muita consistência de carácter. Não é toda a gente que ganha a lotaria e continua a ser um homem tão bondoso assim. Tive realmente pena que o final fosse tão fraco assim. Merecia um epílogo, para mostrar como toda a situação assentou. Depois, tive imensa pena que o casal secundário - Dave e Ava não merecessem tempo de antena. Não é normal isto acontecer nos livros da autora. Tive também pena que a autora não explorasse também a vertente do Duncan ser padrasto da Carly. A Nora costuma fazer umas cenas muito giras entre crianças e o amante do protagonista, de como é exemplo a cena entre o filho da Zoe e o Brad, no livro A Chave da Coragem.Pela primeira vez a autora introduz um tema nada difícil de retratar, seja em que livro for. Que é a doença. E acho que ela foi bastante bem sucedida. Conseguiu expôr bem o que é uma pessoa com agorafobia. E fez passar ao leitor o sentimento de termos um familiar/ ente querido, que por mais que lute, se sente incapaz de passar o território da casa em que se vive. Mas a doença e os antecedentes que levaram a que a mãe da Phoebe ficasse assim foi tudo muito bem explicado. Tal como o passado deles, e a carreira da Phoebe. Por outro lado, acho que a questão da casa e da prima Bess deviam ter tido um fim. Ou melhor dizendo, o assunto era até interessante, mas caiu assim do nada e desapareceu também muito rapidamente. Este assunto só teve direito a duas menções em todo o livro. Sendo que era da importância que era, acho que a autora poderia ter gasto mais umas páginas a compôr mais esse aspecto. O assassino. Bem, ele foi realmente uma dor de cabeça. Por muito que eu fizesse teorias, nada encaixava. Este livro também é uma primeira vez neste aspecto. Um assassino que não fez parte da história, ou pelo menos não activamente. As ligações que tinham com a protagonista eram impossíveis de descortinar, porque nunca vieram à baila durante o livro todo a não ser quando foi para revelar os motivos dele.Mas, mesmo assim foi um assassino convincente. Também foi tudo muito estruturado e explicado. Os motivos, oportunidade. E uma dose saudável de coincidências. Uma boa leitura.