I, the booklover

bookaholic, that's my best description.
City of Ashes  - Cassandra Clare Este é o segundo livro da série Caçadores de Sombras da autora Cassandra Clare. Quando decidi começar esta série no verão, nunca fiz planos para lhe dar seguimento tão depressa quanto acabou por acontecer mas a verdade é que estes livros convidam a uma leitura compulsiva. E é por isso que três dias depois de ter acabado de ler o primeiro volume desta série, dei por mim a ler o segundo. Depois de tudo o que Clary descobre sobre si no primeiro livro, era impossível ficar sem saber como é que a história iria desenvolver-se. Quando estava a ler este livro, pensei várias vezes que esta obra/série parece uma série de urban-fantasy (adulta) sem tirar nem pôr. As estratégias narrativas são muito semelhantes, com um "caso" a resolver em cada livro e depois temos o romance em paralelo que têm sempre problemas em avançar. Claro que a diferença é as idades dos personagens, mas tirando o nível de tensão sexual (neste caso os adolescentes andam calminhos) e de linguagem explícita, não há grandes diferenças. O que não é nada mau, sendo que um dos meus géneros favoritos é precisamente a fantasia urbana. De facto, uma das coisas que mais gostei neste volume foi as descrições tão ricas de Manhattan e arredores. A trama principal da narrativa foi muito bem conseguida pela autora, a meu ver. Todos estes homicídios e todas aquelas perseguições e sobressaltos deram movimento à acção e o livro nunca se tornou aborrecido. O facto de o Valentine estar por trás de tudo ainda mais interessante torna a trama, pois há muito que (ainda) quero saber sobre esta personagem.Já em termos de personagens e desenvolvimento das mesmas tenho que dizer que me sinto algo dividida (estou já a ver que isto vai virar moda com esta autora). Não posso afirmar que este grupo de adolescentes seja parvo ou chato, por isso fico contente por esta série young-adult se estar a revelar ser uma em que eu consiga suportar os adolescentes que fazem parte dela. Embora a Clary me tenha testado a paciência uma vez por outra, não me irritou mais que outros personagens adultos que eu conheça. Mas em termos de romance, confesso que não gostei tanto como estava à espera depois da intensidade que foi o primeiro livro. Não vou expor aqui as minhas teorias porque seriam grandes spoilers. Embora eu tenha muitas ideias e especulações e esteja curiosa para saber se estou no frio ou no quente, senti-me várias vezes frustrada por a autora estar a pressionar aquele triângulo amoroso, que é tão usual nestes livros. Eu tenho outras ideias para o Simon. Já o Jace, é uma personagem fabulosa com aquelas tiradas humorísticas e toda aquela aura de arrogância. Pontos positivos para o Alec e para o Magnus, personagens que estiveram maravilhosamente bem neste volume. O Jace esteve perfeito também. E a Maia, nova adição à série, promete. Estes twists ao longo do livro foram deveras óbvios, tenho que dizer. Só o twist final foi mais surpreendente e mesmo assim... Espero que o terceiro livro da série me consiga tirar verdadeiramente do sério. Apesar de ter adorado estes dois livros que já li, estou à espera de algo mais. Talvez o próximo seja tudo aquilo que eu espero de um livro. aqui
Kiss of a Demon King (Immortals After Dark, #6) - Kresley Cole I think my reviews of KC's books are getting awfully repetitive but I cannot express how much I like her books. I read them compulsively and the author always ends up surprising me with her couples and love stories. I cannot lie, I'm a helpless romantic and so it's easy to understand why I love her books. I've loved Cadeon's book and although Rydstrom's book wasn't as good as the previous one, I still loved his story. I cannot wait 'til I read the next book. :D
Três é Demais - Jill Mansell 2,5 stars Já perdi a conta ao número de livros que li da autora Jill Mansell. De facto, tenho lido, por ordem de publicação, todos os livros dela que a chancela Chá das Cinco publica. Sendo que esta é das minhas autoras favoritas, pelo seu sentido de humor tão apurado e livros tão bem-dispostos, estava confiante que este livro Três é Demais, seria outro sucesso para mim. À primeira vista este livro parece ser como todos os outros da Jill. Com uma premissa divertida, algumas situações embaraçosas mas divertidas, personagens desajeitados - alguns com um coração podre e outros com coração de ouro. Comecei este livro com a expectativa de encontrar exactamente aquilo que tanto gosto nesta autora, tudo aquilo que referi nas linhas anteriores. E qual não foi o meu espanto quando cheguei ao fim desta leitura e comecei a pensar para mim mesma que isto nem parecia um livro de uma das minhas autoras favoritas. Não que o livro tenho sido uma grave desilusão, mas faltou decididamente alguma coisa a este livro. E devo dizer que a temática que é apresentada neste livro é das que mais odeio. Traições. Pois é. Não fosse eu já odiar tudo o que é traição ainda tinha que levar com 300 páginas cheias de episódios destes, onde toda a gente gosta de meter a mão na cerca do lado. Como se pode imaginar, não lidei muito bem com isso e o livro enjoou-me com tanta atitude desprezável por parte destas personagens. Se tivesse que escolher um para sobreviver à minha raiva, ia ter dificuldade a deixar algum deles com vida. Muito a sério, este livro chocou-me e irritou-me. Não pela temática em si, pela leviandade com a qual a autora abordou este tema. Em vez de ser um tema divertido, foi deprimente e sem dúvida um pouco sem gosto. Não sei se é de mim, se fui que não consegui achar piada a isto, mas de facto, foi tudo menos divertido. Fiquei desgostosa com estes personagens, que é cada um pior que o outro. Não consegui sentir empatia com eles, à excepção de Sophie que é a única que se safa no meio deste zoo de traidores e inconsequentes. De alguma forma reservei a esperança de que a autora mudasse o rumo do livro e confesso que o final não foi tão mau quanto eu esperava, mas este é um livro que não deixa memórias propriamente felizes. Se tivesse que escolher apenas um adjectivo para classificar esta obra seria exasperante. Do início ao fim. Sem tirar nem pôr. Sinceramente fiquei a ponderar se a autora não terá escrito este livro numa altura menos boa da sua vida. De alguma maneira, não fui preparada para encontrar o que na verdade encontrei e... E pronto, acabei com um sentimento de amargura no coração. Já dizia o povo que quanto mais alto se é, maior é a queda e foi exactamente isso que se sucedeu com as minhas expectativas para esta obra. Contudo, continuo a dizer que esta é uma das autoras que ainda faz parte da minha eleição pelos seus enredos divertidos e por regra, tão humanos, no sentido em que a autora trabalha espectacularmente com emoções e relações humanas. Por isso mesmo, espero que o próximo livro dela me recorde porque é que eu gosto tanto dos seus livros. aqui
City of Bones  - Cassandra Clare Este é o primeiro livro da série Caçadores de Sombras ou Mortal Instruments, como é intitulada no original. É também a minha estreia com a autora Cassandra Clare, apesar de já ter ouvido falar imenso da autora e de todas as suas obras. Este livro, A Cidade dos Ossos vai também ser alvo de uma adaptação cinematográfica o que ajuda ao reconhecimento que esta obra tem, não só junto do público juvenil mas também do adulto. Sendo que eu gosto muito de ler este tipo de fantasia urbana, estava muitíssimo curiosa para começar esta série. Clary é uma jovem de 15 anos que vive uma vida normal, sem sobressaltos. Ela cresceu sem pai mas a sua mãe compensa por ser tão protectora de Clary. Contudo, numa saída ao clube Pandemonium com o seu melhor-amigo Simon, Clary testemunha um crime contra um rapaz que lhe tinha chamado anteriormente à atenção. O crime foi cometido por três personalidades únicas e igualmente cativantes. Clary acabaria por descobrir que estes três jovens são Caçadores de Sombras e que matam demónios. Clary acaba por entrar neste mundo sem ter sido convidada e acaba por desenterrar muitos segredos sobre si e sobre a sua família. Em jogo está a estabilidade de todo um universo.Este livro foi uma montanha-russa de emoções. Comecei a leitura sem nenhuma expectativa em especial, mas cedo me apercebi que este é daqueles livros que nos agarra à primeira oportunidade. Rapidamente me vi envolta neste mundo dos Caçadores de Sombras e foi impossível parar de ler até poder tirar todas as minhas dúvidas e resolver todas as minhas suspeitas. Não sei em que ponto fui irremediavelmente conquistada, só sei que aconteceu. E o livro acabaria por abalar o meu coração e o meu espírito. A premissa do livro é interessante e com um mistério por trás que apela a todo e qualquer leitor. A autora vai colocando twists ao longo de toda a história para que o leitor não perca o interesse na história. E de facto, é impossível ficar desinteressado nesta história. Eu que o diga, mal consegui tirar os meus olhos das páginas, tal era a ânsia que tinha de ler mais um capítulo. A escrita da autora é viciante. Não sei se há outro objectivo que a descreva. Ela capta o leitor como um pescador capta um peixe com o anzol. É uma escrita igualmente agradável e nem damos pelas páginas a passarem por nós enquanto estamos embrenhados na trama à nossa frente. As personagens são um grupo muito cativante. Além de Clary e Jace que, como protagonistas, são aqueles que mais atenção merecem e mais destaque têm, não podemos descurar todos os outros. Confesso que achei todas as personagens interessantes à sua maneira. Mesmo os vilões. Posso dizer, com toda a certeza, que isto não acontece assim tão usualmente quanto isso. Seja Isabelle, Alec, Simon, Hodge, Valentine ou Luke, todos eles exerceram um fascínio sobre mim. Até mesmo Jocelyn, mais pelo que se soube através de outras personagens do que pela própria. Todo o grupo é interessante e confesso que estou curiosa para conhecer cada um deles. O world-building é igualmente cativante. Pareceu-me um conceito original e que tem muito que se possa explorar, não só pela diversidade de espécies que habita este universo mas por ser tão rico. As descrições pareceram-me deveras gráficas, no sentido em que facilmente consegui imaginar o mundo que ela criou. Para primeiro livro, creio que a autora conseguiu começar a série com o pé direito de forma a que o leitor chegue ao final do livro e queira ler, de forma algo desesperada, o segundo e restantes livros que constituem esta série. Foi um livro que resultou muitíssimo bem para mim, a todos os níveis - seja pelo universo, pelo mistério, pelo romance, pela trama/escrita ou pelas personagens. E tenho que admitir que apesar de, na altura, ter suspeitado que a autora iria criar aquele twist, isso não impediu que a autora me desse cabo do espírito. As minhas emoções ainda estão um pouco em alvoroço com este livro e isso é para mim, o derradeiro sinal de que esta será uma série que vou seguir com um olho atento. Não podia pedir mais para um primeiro livro de série.E segue-se o segundo, muito brevemente. aqui
Nas Asas do Amanhã (Wings of Glory #3) - Sarah Sundin Este é o terceiro e último livro da trilogia Nas Asas da Glória da autora norte-americana Sarah Sundin. O primeiro livro, Nas Asas do Amor, tinha sido uma bela surpresa enquanto o segundo foi algo que não estava à espera. Não foi exactamente um desastre, mas foi uma desilusão, tendo em conta as expectativas que eu tinha para essa leitura. Por isso, reservava algumas esperanças para este último livro, aquele que iria encerrar não só a trilogia mas também a Guerra. Já o disse noutras opiniões da autora e volto a dizê-lo. Gosto bastante da escrita dela, é fluída e muito agradável. Contudo, por este livro pertencer a um género muito específico intitulado "christian fiction", para quem não sabe são romances que têm como mote a religião, não poderá agradar a gregos e a troianos. Não gostei tanto do segundo livro precisamente porque pareceu-me que a autora arranjou na religião uma justificação para todas as atitudes dos seus personagens. Até justifica a ignorância. E com isso, eu não posso concordar. Contudo, este livro revela ser melhor nesse aspecto. Não existiu acessos de fanatismo religioso e acessos de estupidez crónica justificadas pelo costumeiro "estou a fazer isto pelo Senhor". Por isso mesmo, acho que este livro foi mais acessível e bem mais agradável. O primogénito dos irmãos Novak revelou-se ser talvez o mais equilibrado e ponderado e isso ajudou a criar mais empatia com a personagem. Já Helen também mostrou ser uma personagem com alguma garra. Ao contrário de Ruth que me testou a paciência algumas vezes, Helen mostra ser uma mulher com mais cabeça e mais sagaz. Lutou contra os seus demónios sozinha e não se manteve no papel de vítima por muito tempo. Gostei dela e admirei-a pela sua luta e pela sua determinação. Apesar de por vezes o caminho ter parecido incerto, ela manteve-se firmes e teve várias atitudes que me agradaram. Em termos de pesquisa e descrições de guerra talvez tenha sido este o melhor livro, para mim. Gostei imenso de ver a parte final daquele que foi um dos maiores conflitos mundiais e este Nas Asas do Amanhã trouxe descrições diferentes dos livros anteriores. Mostrou alguma realidade em território alemão e apesar de ter sido breve, foi nesse aspecto enriquecedor. É de notar que a autora fez uma pesquisa incrivelmente expansiva sobre o assunto e creio que ela consegue passar isso muito bem para o livro e para a sua narrativa. Gostei de ler esta trilogia por trazer a perspectiva americana na segunda Guerra Mundial e creio que não há melhor ler um livro que foi construído com base numa pesquisa vasta e profunda. A própria autora parece fascinada com a temática e esse fascínio está sempre patente nos seus livros. A meu ver, apenas ficou a faltar explorar um pouco mais o conflito no Pacífico e o lado do conflito com os Japoneses. Teria sido extremamente interessante ler sobre o assunto. O romance entre Ray e Helen foi muito querido e bastante encorajador no sentido em que é bom ver que todos nós merecemos uma segunda oportunidade na vida. Foi inspirador nesse sentido por achar que estas duas personagens tão cheias de carácter mereciam realmente ser felizes na vida e ter todo o sucesso que pudessem alcançar. Estavam sedentos de justiça e gostei de ver o desenvolvimento romântico deste casal. A autora levanta problemáticas interessantes sendo que a violência (doméstica) é uma delas. Gostei igualmente de a ver lidar com este tema. No entanto, confesso que apesar deste livro ter sido melhor nada substitui a boa surpresa que foi o primeiro livro da trilogia. Acho que dentro dos três, esse foi realmente O livro. Os que lhe seguiram acabaram por deixar um gosto amargo na boca e apesar de não me ter arrependido de os ler, acabaram por não suplantar as minhas expectativas. aqui
O Nome do Vento (Crónica do Regicida, #1) - Patrick Rothfuss, Renato Carreira Numa pequena estalagem chamada Pedra de Caminho, alguns habitantes juntam-se para conversa, bebida e alguma camaradagem. Vivem-se tempos instáveis e as histórias que se contam nesta estalagem são histórias que fazem esquecer o mundo exterior. As lendas e as histórias de encantar, encontram-se vivas, dentro desta pequena estalagem. O estalajadeiro, apesar de ser um forasteiro, oferece um bom ambiente para estas noites frias em que a companhia é tão necessária como água para sobreviver. Até que, numa destas noites, um dos clientes habituais volta para contar uma história saída de um pesadelo. Este homem relata como encontrou demónios pelo caminho e esta notícia vem destabilizar a pequena estalagem, escondida nesta pequena comunidade. O estalajadeiro e o seu aprendiz, que percebem mais destes assuntos do que dão a entender à primeira vista, são os que ficam mais perturbados com estas notícias, pois algo se aproxima. Neste ambiente de mudança e também de perigo, alguém reconhece a verdadeira origem do estalajadeiro forasteiro, pois ele é uma lenda viva. Ele é Kvothe, um prodígio conhecido por todo o território. As histórias que se contam sobre ele espalharam-se por todo o lado e supostamente, por esta altura, ele já estaria morto e não escondido numa estalagem no meio do nada. Assim, pela primeira vez, Kvothe tem oportunidade de contar a sua história e de desmistificar algumas das histórias que se contam sobre ele. Um relato sobre como ele se tornou a maior lenda deste território, sobre como um órfão passou pela miséria e se conseguiu levantar e ao mesmo tempo deitando os seus maiores inimigos abaixo. Uma história de amor, de conquistas e de sofrimento. Esta é a história de Kvothe.As razões para eu ter lido este livro são muito simples. Ele foi o 5º livro mais votado no meu Desafio aos Leitores e eu, aceitei o desafio e peguei na obra. Confesso que à partida não estava com muito entusiasmo. Embora o tamanho não me assustasse, o tipo de livro que eu achava que ia encontrar deixava-me de pé atrás. Antes de começar a ler, fui pesquisar um pouco sobre o livro e dei-me conta que é um livro com algum sucesso no universo literário, tendo sido inclusive eleito o melhor do ano de 2007 pela Amazon. As opiniões ao livro eram maioritariamente boas mas também as vi más. Isso ajudou-me a não criar qualquer tipo de expectativa. Por isso quando peguei no livro, pode-se dizer que era uma tabula rasa. O primeiro aspecto positivo do livro é que apesar de ser uma coisa enorme que certamente pesa mais de 1kg e tem quase 1000 páginas, é um livro muito user-friendly. O que é que eu quero dizer com isto? As letras são grandes, o espaçamento igualmente e as margens também não são pequenas e todos estes factores convidam a uma leitura fácil. Conseguem perceber porque é que num livro desta envergadura é preciso sentir que se pode fazer a leitura de forma confortável, certo? Nem todos os livros assim tão grandes convidam a uma leitura tão fácil. O único senão é o peso, mas foi bom para criar alguma musculatura ou porventura, se as personagens me chateassem muito, serviria como bom objecto de arremesso. Foi por isso que, apesar de o livro chegar quase às 1000 páginas, apenas demorei uma semana a lê-lo. Bem, foi por isso e porque estou de férias, mas ainda assim. Na verdade, ler 100 páginas neste livro dá a sensação de que apenas lemos 50. O que me leva ao segundo ponto positivo deste livro - a escrita de Patrick Rothfuss. Sendo que esta foi a minha estreia, não posso dizer que conhecia a sua escrita. E claro, fiquei admirada e muito agradada. Como o autor diz muitas vezes durante o livro, "se não experimentaram não conseguem compreender a sensação". Creio que só assim poderão perceber do que é que estou a falar. A narrativa dele é - bem, digamos que é qualquer coisa entre o maravilhosa e o fenomenal. O prólogo e o primeiro capítulo confundiram-me um pouco devido à tendência do autor de dar muitos nomes ao personagem principal, mas após esse primeiro contacto com este universo, mergulhei na escrita dele de uma forma quase natural. Poderia tentar descrever o livro como sendo histórias dentro de uma história, mas isso não chegaria para fazer perceber como é que o autor escolheu narrar essas histórias dentro da história. Ele fá-lo de uma forma bela, pois introduz lendas, histórias de encantar, mitos e acaba por criar um mundo fantástico e maravilhoso à volta das suas personagens, ao qual é impossível resistir. Talvez o seu talento para contar histórias provenha da maneira como cresceu, com a sua mãe a contar-lhe histórias, mas a verdade é que Patrick Rothfuss tem talento de sobra para contar histórias e encantar. Este mundo e a forma como o autor o construiu deixaram-me maravilhada, mas a escrita, conseguiu conquistar-me de forma inegável. E assim isto acaba por me levar a outro aspecto que adorei - o mundo e as personagens. Apesar de considerar este livro apenas uma introdução (ia dizer breve, mas é tudo menos isso), o autor já construiu os alicerces daquele que vai ser o universo onde Kvothe e companhia se vão movimentar. A meu ver, temos apenas noções breves e uma ideia superficial daquilo que vai constituir na realidade este mundo, mas foi o suficiente para este primeiro livro. É também um bom mecanismo para elevar expectativas e criar ansiedade, quando trabalhado da melhor forma. Patrick foi bem sucedido neste prisma. Por outro lado, as personagens, também foram exploradas de uma forma superficial. Kvothe, o protagonista, vai contando a sua história recorrendo a analepses e o leitor acaba por ter acesso ao diário de memórias desta lenda viva. Contudo, ainda que ele seja uma personagem que me fascinou por ser tão complexo e completo, acabámos por não ter outra perspectiva que não a dele, pelo que o leitor é obrigado a que outros personagens entrem na vida dele (e passem então a figurar no relato de memórias) para os conhecer melhor. Daí que Bast e o Cronista não tenham, neste livro, um papel muito relevante no esquema geral das coisas.Em suma, creio que está aqui uma obra fabulosa com tudo a que temos direito. Temos romance, temos acção, temos mistério e temos ainda fantasia. Tudo aquilo que uma história de encantar pede. Creio que o autor conseguiu encontrar o perfeito equilíbrio entre todos estes factores e conseguiu com isso criar uma obra que vale a pena ler e ter em conta. E mais, não só foi bem-sucedido ao dar-nos a conhecer este mundo como acaba por nos deixar com vontade de saber mais. Falo por mim, estou com uma vontade enorme de ir a correr ler o segundo. Um dos melhores livros de fantasia que li este ano. aqui
Sonhos Proibidos - Lesley Pearse Annie's Place é um bordel situado num dos bairros mais pobres de Londes, Seven Dials. Nesta vizinhança, ninguém se preocupa com ninguém, embora exista um certo sentido de lealdade dentro da própria comunidade contra forasteiros indesejados. As pessoas que aqui vivem não tem muitas posses e não vivem desafogadamente. Foi nesta realidade em que Belle foi criada. Esta nasceu no Annie's Place e a sua mãe, Annie, deixou-a aos cuidados da governanta e amiga, Mog. Mog sempre foi a mãe de Belle, em todos os sentidos que interessam e Belle cedo se revela ser uma criança inteligente, embora ingénua contrariando a ideia de que por ter nascido e ter sido criada num bordel, conheceria melhor que ninguém, o mundo da prostituição e a devassidão que geralmente descreve esta realidade.De facto, é exactamente o contrário. A mãe de Belle sempre teve regras bem definidas e Belle passou pela sua infância sem nunca perceber que tipo de negócio a sua mãe geria ou o que se passava nos andares superiores do Annie's Place. Até ao dia em que, por um mero acaso, assiste ao assassínio de uma das raparigas que trabalhava para Annie. O perpetrador do crime viu-a quando Belle fez a sua fuga desesperada e esta mais tarde acaba por ser raptada pelo mesmo homem, que a vende para um bordel francês. Belle vê a sua vida simples e ingénua virar-se de pernas para o ar e vê-se iniciada - contra a sua vontade - no mundo da prostituição que a leva inclusive para outro continente, a América. Belle sabe que não tem nenhum verdadeiro amigo, a não ser Etiénne que foi o homem que a levou para a América. Mas mesmo este, não pode fazer muito para retornar Belle à sua família. Assim, sonhando com a vida que deixou para trás, recordando o seu amigo especial Jimmy e Mog, Belle fez de tudo para se libertar das amarras que o mundo da prostituição representa para ela, tentando sobreviver o melhor que pode.A autora Lesley Pearse conta com 6 livros publicados em Portugal, até ao momento (incluindo este Sonhos Proibidos). Destas 6 obras, li 5, sendo que a única que me falta ler é Nunca Digas Adeus. Tenho para mim que já conheço bem o estilo desta autora e sei, dentro de alguns parâmetros, aquilo que posso esperar dos livros dela. Apesar de ela também escrever romances contemporâneos, como é exemplo a obra Procuro-te e o Nunca Digas Adeus, nota-se os romances históricos são o seu forte. As suas obras focam-se particularmente em Inglaterra e Estados Unidos da América. Uma das características que mais admiro nesta autora prende-se exactamente com o conhecimento que ela tem da história dos Estados Unidos. Nos seus livros, é sempre notável o quanto ela conhece da história desta nação, seja esse conhecimento sobre o período colonial, a Depressão, ou as grandes imigrações para a América. A sua pesquisa histórica é um elemento muitíssimo importante nos seus romances históricos e por essa prisma, posso dizer que os livros dela sempre me fascinaram, por serem tão ricos em informação que é inserida no enredo do livro de uma forma tão natural.Apesar da maior parte dos livros da autora serem grandes e com um número de páginas superior à média, a sua escrita fluída ajuda a que a leitura seja feita de uma forma rápida. Digo-o com a maior convicção, já que cada vez que pegava neste livro quando dava por mim já tinha lido mais de 150 páginas sem sequer me aperceber. Em obras com esta dimensão, ajuda a que a escrita seja dinâmica e agradável, de modo a que o leitor consiga aproveitar a viagem sem dar pelas páginas a passarem. Em termos de história, este livro não sai da norma. Conta a jornada de uma personagem feminina que passa por muito drama na sua vida e que tenta encontrar um espaço onde possa ser si mesma. Como é óbvio, a autora foca-se no domínio da prostituição e confesso que foi uma temática que por vezes me incomodou. Mas acredito que parte das palavras da autora traduzam muito bem a realidade. É um tema especialmente forte quando se tem em conta que Belle é apenas uma criança quando se vê apanhada nesta rede. Esta é uma obra muito completa recheada de descrições, reviravoltas e aprendizagem. Gostei da Belle, mas tenho que admitir que me irritou constantemente aquela ingenuidade. Mesmo depois de ter confiado nas pessoas erradas mil e uma vezes, voltava a fazer a mesma à primeira oportunidade. Uh, que seca. Contudo, gostei bastante dos relatos da investigação de Noah e Jimmy, estavam muito bem narrados e foram todos muito interessantes. Em opiniões anteriores era normal referir-me ao nível exagerado de drama nos romances da autora. A verdade é que o drama é a imagem de marca desta autora, com justificação no seu passado difícil. Tenho a sensação que ela gosta de fazer passar para as suas obras a luta que ela própria teve de travar para subir na vida. O drama está presente neste livro como seria de esperar mas ao contrário do que aconteceu nos restantes livros da autora, creio que aqui o drama é legítimo. Ou melhor, o nível de drama é mais que justificado e uma história deste foro, pede esta dose de sofrimento. Em suma, é uma obra desafiadora e que convida a uma leitura dedicada. Gostei muito do leque de personagens e da forma como o enredo se desenvolveu. Algumas reviravoltas são inesperadas, outras não, mas todas elas dão movimento e vida à história. Gostei bastante do leque de personagens e tenho que admitir que este livro acabou por se revelar um dos meus preferidos da autora, dentro de todos os que já li. Além disso, estou muito curiosa para ler a sequela, que se irá intitular A Promessa e vai continuar a jornada de Belle na primeira Guerra Mundial. aqui

That Holiday Feeling: Silver BellsThe Perfect HolidayUnder the Christmas Tree

That Holiday Feeling - Debbie Macomber, Sherryl Woods, Robyn Carr Since the short story by Debbie Macomber features characters from some of her other works, I'll get back to it another time. The other stories by Sheryl Woods and Robyn Carr were very sweet and very festive-like. I was mostly interested in reading Carr's story because it's part of her series - Virgin River. I didn't want to miss out on this story.

That Holiday Feeling: Silver BellsThe Perfect HolidayUnder the Christmas Tree

That Holiday Feeling - Debbie Macomber, Sherryl Woods, Robyn Carr Since the short story by Debbie Macomber features characters from some of her other works, I'll get back to it another time. The other stories by Sheryl Woods and Robyn Carr were very sweet and very festive-like. I was mostly interested in reading Carr's story because it's part of her series - Virgin River. I didn't want to miss out on this story.

Paradise Valley (Virgin River, Book 7)

Paradise Valley - Robyn Carr This book was very good. It was pretty emotional as well since it features Rick and the fact that he was injured in Iraq. Now he has come home to Virgin River but he's messed up pretty badly. He doesn't want any help from the people who love him and things are complicated in Virgin River for him and for Liz, his girl. I like this series very much. I think Robyn has a talent when it comes to bare her characters souls. She actually builds strong and wonderful characters that go through a lot but come out stronger in the end. Her stories are so sweet, heartbreaking and wonderful. I can't wait to read more books about Virgin River. (I've loved so much Abby and Cameon - my god, they're lovely).
Nas Asas da Memória (Asas de Glória, #2) - Sarah Sundin Estamos em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial. As tropas dos Estados Unidos da América estão mobilizadas em Inglaterra e combatem por ar as forças alemãs com todo o seu poderio militar da altura. O Major Jack Novak está encarregue de um grupo de soldados que combate por ar e eles são uma equipa unida em todos os aspectos. Contudo, numa das missões algo corre mal e Jack acaba com um ferimento e é enviado para o hospital militar, onde conhece a tenente Doherty, que é mulher tanto fascinante como misteriosa.Não só recusa qualquer envolvimento romântico como se afasta de toda e qualquer relação humana. Mas por trás deste afastamento, Jack sente que Ruth tem algo que justifique esta atitude. E quando faz tudo por tudo para a conquistar, pretende que ela deixe as suas barreiras cair para lhe poder entregar o coração.Nas Asas da Memória é o segundo livro da trilogia intitulada Nas Asas da Glória da autora Sarah Sundin. Estes livros estão inseridos no género literário de Christian Fiction, que se destaca por ter algum ênfase na religião. Por isso, desenganem-se aqueles que pegam nestes livros à espera de ler um fifty shades of christianity. Estes livros são romances leves mais concentrados em descrever a interacção do casal protagonista e as suas lutas pessoais individuais. O enredo foca-se particularmente no conflito bélico que foi a Segunda Guerra Mundial, o mote principal desta trilogia. Eu já tinha lido o primeiro volume, Nas Asas do Amor, e tinha gostado bastante da experiência. A escrita da autora revelou-se ser descomplicada, simples e sem exigir muito esforço para que a história desenrolasse. Foi um livro que demonstrou ser uma leitura rápida, perfeita para um dia de verão quando não temos nada para fazer. Por estas mesmas razões, encontrava-me com algum entusiasmo para esta segunda leitura. Depois de ter conhecido o irmão mais novo da prole dos Novak, confesso que estava curiosa para saber como é que o Jack era, em termos de personalidade. Sendo que ele é o mais rebelde dentro dos três irmãos e aquele que não se sente parte integrante da família da mesma forma que os seus dois outros irmãos, achei que seria uma personagem interessante de ficar a conhecer. Na verdade, sinto-me um pouco indecisa no que toca a este livro e por isso, tenho receio que a minha opinião não fique tão clara quanto eu gostaria que ficasse. Primeiro que tudo, falando em termos gerais, esta foi uma leitura que me agradou. Li o livro em pouco, pois a escrita da autora convida a isso mesmo. Como já referi antes, o discurso da autora é um que por ser tão fluído, pede a uma leitura fácil e rápida. Portanto digamos que em termos de análise emocional, esta leitura foi boa. Mas não foi perfeita e existem vários pormenores que não deixaram que esta leitura resultasse para mim de forma mais eficiente. Não tenho qualquer problema com a religião. De facto, se tivesse, nem tinha pegado neste livro, para começar. Esta é uma temática que me interessa como qualquer outra, tanto mais, por ser uma temática que se correlaciona com a nossa existência. Por muito que não se acredite num Deus específico, a religião está ligada com a nossa existência. Por isso, até é com bastante agrado que leio diferentes perspectivas/abordagens à religião. E como a autora não esconde a sua fé, acho curioso a forma como a autora constrói os personagens à imagem dessa fé. Contudo, acho que a autora dá uma importância exponencial à dimensão religiosa e não estou a falar da ideia de "sexo só depois do casamento". Estou mais a falar do facto dos personagens colocarem o seu destino nas mãos de Deus, quando de facto, eles são responsáveis pelas suas próprias decisões e pelo que caminho que escolhem percorrer. Aquela ideia de "Senhor, eu confio-te a minha vida, vivo para ti" faz-me confusão a um nível fundamental. E não quero entrar aqui em discussões teológicas, não é esse o meu intuito. Tenho noção que o conceito de fé é diferente para toda a gente e não há mal nenhum em ser devoto a Deus, mas tudo o que é demais enjoa. Tendo em conta o que já disse sobre a religião, parece-me irreal esta mulher, Ruth. Não a consegui perceber metade das vezes e sinceramente, a outra metade, só me apetecia abanar-lhe a cabeça para ver quantos neurónios faziam barulho lá dentro. Não posso falar daquilo que me irritou nela sem revelar spoilers e por isso, vou conter-me. Por muito que eu aprecie uma mulher determinada e lutadora, parece-me estúpido uma pessoa pensar que é menos merecedora de afecto por causa de uma acção - enfim, vou calar-me, senão revelo tudo. Já Jack, gostei dele. Pareceu-me um homem íntegro, mais em contacto com a realidade embora também tenha existido um pequeno instante na história em que até fiquei boquiaberta com tanta ignorância. Por muito que estes personagens sejam devotos, a religião não justifica ignorância. Às tantas, este casal fez-me lembrar aqueles fanáticos religiosos que chamam a uma pessoa tatuada o anti-Cristo, mesmo que essa pessoa, seja o exemplo da virtuosidade e de tudo o que há de bom neste mundo. Como disse antes, tudo o que é demais enjoa. Tendo todas estas circunstâncias em conta, foi um livro que me deixou particularmente indecisa, no que toca a avaliar uma classificação geral. Embora tenha apreciado a história no geral e a forma como os personagens acabaram por evoluir, confesso que estes problemas que tive na leitura não me deixaram nada satisfeita. (Embora tivesse sido um romance, que nas páginas finais, me deixasse um sorriso ténue na cara). Indecisões à parte, creio que foi uma leitura que foi prazerosa quanto baste. E fica a esperança que o terceiro e último livro seja de alguma forma melhor, já que o outro irmão Novak parece-me mais terra-a-terra. aqui
Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley, Mário-Henrique Leiria Imagine uma sociedade hierarquizada, dividida por castas. Os seres-humanos que constituem esta sociedade estão divididos por várias classes, dispostos por uma certa ordem. Os Alfas, os Betas, os Gamas, os Deltas. Mesmo dentro das classes, há uma hierarquia. Cada casta contribui com uma função para que a sociedade funcione de forma perfeita. Foram condicionados assim. Quando eram bebés-proveta, foram manipulados geneticamente para que mais tarde pudessem exercer as funções que caracterizam a casta onde pertencem. Noções como "mãe" ou "pai" são conhecidas, mas não têm nenhum significado afectivo, pois estes indivíduos nunca conheceram uma mãe. De facto, coisas que consideramos normais como amamentação ou casamento e monogamia, são conceitos que são desprezados por esta sociedade. Ela elimina qualquer sentido de individualidade, sujidade, degradação. Mas também elimina a espiritualidade como a conhecemos, dando lugar à devoção de Ford - o inventor das linhas de montagem. Esta sociedade é devota da eficiência, da perfeição e da superficialidade. O objectivo máximo é produzir seres-humanos como se numa linha de montagem. A sua produção, por assim dizer, é feita por vários estágios. O condicionamento das suas personalidades termina quando atingem a idade adulta e a maioridade sexual. Esta produção de seres-humanos pretende criar um individuo que consiga eficientemente contribuir para o funcionamento da sociedade ao menor custo possível. Contudo, é um indivíduo que vive para o colectivo, pois um dos lemas desta sociedade é que todos pertencem a todos. Nas reservas, nas periferias desta sociedade estão os selvagens. Aqueles que ainda alimentam conceitos como monogamia, Deus, etc.. Aqueles que vivem na sujidade e que são estudados como animais selvagens. Admirável Mundo Novo é um clássico e um dos livros que mais sucesso gerou no universo literário. É uma utopia, que nos apresenta uma versão daquilo que poderia uma sociedade perfeita. É um dos livros que ficou para a história e aqueles que toda a gente, pelo menos uma vez na sua vida, lê. Esta é uma obra que já queria ler há bastante tempo, por todos os factores que referi antes, mas também porque um dos meus livros favoritos de sempre é o 1984 de George Orwell. Sendo que a obra de Aldous Huxley precede a de George Orwell por alguns anos, tinha curiosidade em ver o que o autor traria de novo ao género utópico. As utopias são livros que geram muita curiosidade em mim por uma simples razão: gosto da forma como os autores questionam os valores da nossa sociedade e gosto da forma como manipulam os pilares das nossas crenças. Por outro lado, as utopias têm o dom de nos fazer pesar os prós e contras da sociedade em que vivemos. É a melhor maneira de nos fazer aceitar a nossa sociedade imperfeita, porque ao ler sobre estas sociedade ditas perfeitas, chegamos (quase) sempre à conclusão de que é com as imperfeições que encontramos equilíbrio nas nossas vidas. E depois, as utopias obrigam a considerar outras maneiras de pensar, outras estruturas sociais. Obriga-me a considerar o quanto a nossa sociedade é inconstante. Embora os nossos valores pareçam fixos e imutáveis, isso não é bem assim. As mentalidades mudam e a sociedade muda com elas. Daqui a 40 anos, podemos estar a viver numa realidade muito diferente desta. Quero com isto dizer que as utopias são para mim, regra geral, leituras excelentes porque me estimulam o pensamento com questões que considero fundamentais para a existência de todos nós. Como é o caso da religião, da diferença do bem e do mal, das classes sociais, etc. .Confesso que adorei a descrição desta sociedade dividida em castas e achei delicioso, o facto de ela assentar a sua devoção em Henry Ford. A primeira vez que li a referência "Ano de Nosso Ford" ri-me tanto porque achei genial. O facto de esta sociedade ser exactamente como uma linha de montagem explica perfeitamente a devoção que o colectivo tem a Ford. Logo aqui, o autor colocou em causa um pilar da nossa existência. E obriga a considerar a espiritualidade desta sociedade perfeita. Será que numa sociedade perfeita, a espiritualidade e a religião têm peso? Claro que sim. Então qual é a diferença da religião deles para a nossa? É que o Ford deles é concreto, é explicável. Dá respostas, é tangível. Por outro lado, o facto de cada ser-humano ser condicionado toda a sua vida para exercer uma certa profissão é ao mesmo tempo, terrível e maravilhoso. Terrível porque limita a liberdade de escolhas desse ser-humano. A ideia de não podermos ter escolha sobre aquilo que queremos fazer é terrível, contudo, é maravilhoso porque os próprios indivíduos são condicionados a sentirem-se satisfeitos com a função que realizam e portanto não sentem que não tiveram liberdade nessa escolha. Eles são condicionados a sentirem-se absolutamente felizes com o lugar que ocupam naquela sociedade. Daí que se a casta mais baixa tivesse a função da mais alta, iriam sentir-se insatisfeitos. Isto erradica o problema de termos trabalhos dos quais não gostamos. Contudo, até numa sociedade perfeita temos aqueles que se distinguem. É o caso de Bernard Marx, um indivíduo que teve um problema no seu condicionamento, diz-se. Para começar, ele não tem a estatura física da sua casta e também não se sente satisfeito com o seu lugar na sociedade. Além disso, é ambicioso e procura aceitação por aqueles que escarnecem dele. Por isso, quando visita a Reserva dos Selvagens e encontra John e decide levá-lo para o seio da sua sociedade. John, que sempre se sentiu curioso sobre o conjunto de valores pelos quais este sociedade se rege, é um mestiço - filho de uma ex-pertencente desta sociedade e criado na reserva - e tenta perceber e integrar-se neste mundo que lhe parece tão estrangeiro. Ele aprendeu a ler com Shakespeare, resquício dos valores antigos da sociedade de outrora e é fantástico ver a forma como ele tenta desconstruir e perceber esta nova realidade. Ele vem abalar esta sociedade e os valores pelos quais esta se segue, debatendo-se com aquilo que conhece e com aquilo que quer perceber. As referência de Shakespeare enquadram-se tão bem neste contexto, que fiquei absolutamente maravilhada. A escrita do autor não é fácil, por vezes, por isso é um livro que se tem de ler com alguma atenção, mas foi uma leitura fabulosa exactamente por esse aspecto. Adorei a narrativa do autor, ainda que algumas passagens tivesse que ler mais do que uma vez. Como disse antes, as utopias são muito thought-provoking e enchem-me a cabeça de perguntas, considerações sobre os aspectos mais importantes da nossa existência. Há uma passagem nesta obra, um diálogo entre o Selvagem e o Administrador que se revelou, de longe, a minha parte favorita deste livro e ultimamente, aquilo que me leva a considerar esta, uma obra única. Foi um diálogo que li mais que uma vez, por condensar em si, uma discussão fundamental a todos os nossos valores. A opinião já vai longa e apesar disso, ainda sinto que poderia dizer muito mais sobre esta obra. Ainda assim, convido-vos a ler esta obra e a deliciarem-se com as questões que Aldous Huxley coloca sobre aquilo que acreditamos ser as directivas que regem a nossa vida. aqui
Dark Desires After Dusk (Immortals After Dark, #5) - Kresley Cole Kresley Cole seriously kills me with her books. All of them are serious page-turners. I read them voraciously and it's good, because it shows how much I like them but on the other hand sometimes I wish I had the strength to read them more slowly so I can enjoy the characters more. I feel like I say goodbye to them all too quickly. I was absolutely enthusiastic about Cadeon's book. I mean, Cade was in a tough spot since his female was human, hence, forbidden to his kind. I was excited to see how would Kresley Cole get around that undeniable fact and oh my, did she ever. One of the aspects I so love about Kresley books is that she always creates the perfect remedy for all the diseases. This romance was awesome in every aspect although I have to say that I expect more ... something of Holly, in the end. I'm willing to forget about that since the author taunted me mercilessly with Rydstrom's situation. I'm dying to read his book. I can't wait. *bites nails* I think it'll be perfect!
O Herdeiro de Sevenwaters  - Juliet Marillier, Ana Neto Aisling, mulher de Lorde Sean, senhor de Sevenwaters, sempre desejou dar um filho ao seu marido. Contudo, sempre deu à luz meninas. Apesar de o casal estar orgulhoso de todas as suas belas filhas, para Aisling sempre foi um peso no seu coração saber que Sevenwaters iria ser herdada pelo seu sobrinho Jonhy, filho de Liadan e do temível Homem Pintado. Assim, quando recebe a notícia de que está grávida, Aisling tem a certeza que desta vez irá presentear Lorde Sean de Sevenwaters com o seu herdeiro. O seu primeiro filho. A gravidez é uma de risco e por isso, as oferendas às Criaturas Encantadas e aos deuses são muitas para que estes mantenham o futuro herdeiro em segurança. Mas sendo que as mudanças em Sevenwaters nos últimos tempos têm sido muitas, seria de imaginar que isso se reflectisse no universo das Criaturas Encantadas, pois muito também mudou no reino destas criaturas. O equilíbrio entre o Bem e o Mal já não é tão claro e as Criaturas Encantadas sempre gostaram de interferir com as vidas humanas. Assim, depois do herdeiro de Sevenwaters nascer, Clodagh que estava a cuidar do seu irmão, repara que o pequeno foi trocado por um duplo. Um duplo estranho, feito de troncos, folhas e retalhos da floresta. As suspeitas recaem sobre a própria Clodagh e sobre um guerreiro de Johny, Cathal, que desde que chegou a Sevenwaters mostrou ser uma pessoa única e muito fechada. Clodagh, decide então viajar para o reino das Criaturas Encantadas para ir buscar o seu irmãozinho e com ela tem Cathal para a ajudar, que parece ter um conhecimento instintivo sobre este reino encantado. Embora Clodagh rapidamente se aperceba que Cathal é mais para ela do que um simples guia, os segredos separam-nos irremediavelmente...Sevenwaters foi primeiro uma trilogia, que contava com os títulos A Filha da Floresta, O Filho das Sombras e por fim, A Filha da Profecia. Contudo, a autora decidiu alargar o número de livros que falam sobre este universo e para esse efeito escreveu mais três livros, respectivamente intitulados: O Herdeiro de Sevenwaters, A Vidente de Sevenwaters e A Chama de Sevenwaters (estes dois últimos, publicados pela editora Planeta). Ainda que o último só saia a 26 de Junho, é bom saber que as editoras não desistiram de publicar esta autora. Desde que tive o prazer de conhecer esta autora que não quero mais nada. Tenho seguido a saga de Sevenwaters com sofreguidão e com muitas emoções à mistura. O primeiro livro não me mostrou de maneira nenhuma todo o potencial desta saga. De facto, foi pelo segundo livro que me apaixonei, pois considero que tem, na medida certa, todos os ingredientes que fazem de um livro, um bom livro: acção, romance, mistério e fantasia. Por essa razão, as minhas expectativas, sempre que pego num novo livro da autora, são muito elevadas. Até agora, não me posso queixar. A autora ainda não me desiludiu e assim espero que continue.A começar pela sua escrita, que é uma narrativa belíssima, construída de maneira a que os leitores se consigam envolver na totalidade. Adoro a forma como a autora conta histórias. A maneira como introduz o fantástico dentro dos seus universos. Os seus personagens também são contadores de histórias e é fantástico todas aquelas pequenas narrativas que, fazendo parte do enredo principal, acabam por embelezar ainda mais o retrato geral. Sempre que leio um livro de Juliet sinto-me parte integrante daquele universo, envolvo-me sempre na totalidade na vida das personagens e na narração da autora. Sinto que é uma leitura que me transporta completamente para a floresta, para aquele mundo encantado que está à distância de uma página. Ao começar esta leitura encontrava-me um pouco receosa que a autora estivesse a esgotar o tempo útil deste universo, por assim dizer. Sendo que os planos originais eram que este universo fosse explorado numa trilogia, tive receio que estes livros seguintes poderiam ser piores que aqueles que constituíram a trilogia original. Não posso dizer que este livro me tocou tanto como o fez o segundo, O Filho das Sombras, mas também não posso dizer que este livro é pior que a trilogia. De facto, é exactamente o contrário. Fico contente que a autora tenha conseguido continuar a explorar o universo de Sevenwaters sem arruinar a magia da primeira trilogia. Clodagh, que no livro anterior não foi muito mencionada, mostrou ser uma protagonista à altura. Uma heroína que se revelou à altura da sua missão e que tornou a história muito mais interessante. Cathal, não foge à regra no que toca aos personagens masculinos de Juliet. A autora cria sempre heróis fabulosos. O romance dos dois foi, como sempre, uma belíssima história de amor como a autora também já nos habituou. Por outro lado, o Sean, que sempre foi um personagem que apreciava pela sua força e integridade, desiludiu-me um pouco. Ainda que possa perceber o que está por detrás das suas acções, não esperava que a sua força de carácter e a confiança que tem nos filhos fosse abalada com tanta facilidade. Como sempre, foi um livro que misturou na perfeição vários elementos chave - o romance, a acção/fantasia, o mistério e intriga. Juliet Marillier continua a dar cartas no universo fantástico e eu, continuo a ficar maravilhada com os seus livros e com o universo de Sevenwaters. Como não podia deixar de ser, fico muito contente por ainda ter dois livros para ler e confesso que me sinto muito curiosa com o que as duas próximas obras podem trazer. A Vidente de Sevenwaters já se encontra em lista de espera e será um dos próximos livros que lerei. Até lá, esperarei com ansiedade entrar novamente nos livros de Juliet. aqui
Dark Needs at Night's Edge (Immortals After Dark, #4) - Kresley Cole Conrad and Neómi were a surprise. I have to say that for the first hundred pages I wasn't really enjoyed Neómi. I wasn't really feeling this romance or the story in general. I actually thought this would be the first book of IAD that wouldn't get a 4-star rating. But, Kresley Cole proved me wrong. Thank her for that since I'm in love with her books. I had high expectations for all Wroth brothers and she hasn't disappointed me with this love story. I warmed up to Neómi after a while and I think that she's a perfect match for Conrad. There was a twist near the end I wasn't really expecting. It made things really interesting and it kept me on my toes. Not to mention the scene with Cadeon. My my, that demon. I really like this series. It's my newest guilty-pleasure, I simply can't get enough of these wonderful immortals.
Faking It  - Cora Carmack 4,5 starsCora Carmack strikes again with a beautiful love story and engaging characters. I've got say though, Cade and Max absolutely melted my heart. Even more than Bliss and Garrick. Their story was so heartbreaking, passionate and lovely. Absolutely amazing. Since I'm a sucker for these love stories I even felt the need to shed a lonely tear at the end. When Cade uttered those amazing words at Max, I thought I would die. I'll remind you every day how amazing it feels when your body touches mine. I'll remind you of the good times, and help you forget the bad. I'll remind you who you are when life has beaten you down and made you doubt it. I'll bust down your door in the middle of the night and kiss you until you remember that your fears are just that, and they can't control you. I'll take my chances against your fickle heart if it means it's mine. I can't express in this opinion all of my feels while reading this book. But that being said, I seriously think I'm ruined for life when it comes to guys.

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Mil Sóis Resplandecentes
Manuela Madureira, Khaled Hosseini