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Rebeldes - Sándor Márai Rebeldes é o terceiro livro do autor Sándor Márai que leio. Este autor revelou-se logo como sendo um dos meus favoritos, pela sua obra intitulada As Velas Ardem Até Ao Fim, que me marcou de uma forma inexplicável. Como já há algum tempo não pegava numa obra do autor, decidi matar saudades com este Rebeldes, que fala sobre um grupo de jovens que se encontram naquela idade entre o ser deixar de ser criança e passar a ser adulto, que é declaradamente uma fase de rebeldia. Neste livro, este grupo de jovens que se intitulam como o bando, rebela-se contra a vida que levam e contra a sociedade em que estão inseridos. Seja rebeldia contra os pais e o sistema imposto em casa, seja rebeldia na escola, seja na vida social que levam, os jovens caracterizam-se pelas suas atitudes irreverentes e apaixonadas. A guerra que veio abalar o país onde vivem é também um factor que influencia estes jovens, que procuram novas emoções para a vida aborrecida que levavam até então. Antes indivíduos solitários, é a partir do momento em que se juntam que os problemas também se instalam. As emoções vão, lenta e subtilmente arrasando todas as ligações que outrora se criaram entre estes jovens rebeldes a pouco e pouco, até que o bando devagar se desfaz mas não sem as suas consequências. Sendo esta uma obra da autoria do Sándor Márai, confesso que as minhas expectativas se encontravam bastante elevadas. Gostei bastante dos livros que já li dele e um deles marcou-me realmente muito, pelo que esperava desta obra algo parecido e ao mesmo nível. Reflectindo sobre a leitura, encontro-me dividida. Não existe dúvida nenhuma de que esta obra é uma delícia em termos de escrita - a escrita do autor é fabulosa e tem muito potencial para encantar os leitores (nem todos é certo). Ele tem uma maneira única de descrever os personagens e o enredo evolui sempre de uma maneira natural, recheada de considerações profundas a enlear a narrativa. Os acontecimentos estão encadeados de uma forma subtil e é por vezes difícil dar pela acção a avançar, pois estamos tão embrenhados na narrativa que nem nos apercebemos de que a história já avançou de forma considerável. Este é um ponto neste autor que me continua a maravilhar de livro para livro. Sándor também tem um conhecimento vasto sobre a natureza e psicologia humana. Não só ele consegue retratar muito bem os tons de cinzento que existem na nossa natureza como também ele dá o passo seguinte, que é o de dar a perceber ao leitor que o personagem reage de uma certa maneira porque tem uma motivação especial. Grande parte das vezes podemos apenas supor porque é que os personagens vão por um determinado caminho e não por outro, pois cada qual tem a sua muito única motivação pessoal. E esse é também um factor que distingue este autor. Contudo, apesar de todos os factores positivos, não posso deixar de fazer comparações. E creio que o meu problema com este livro não foi não gostar da leitura (claramente este é um livro que se deve ler e é uma leitura que vale a pena) mas sim as expectativas que criei, devido à estreia que tive com o autor. Da maneira como adorei o primeiro livro que li dele, tudo o resto parece ficar na sombra de tal obra. Tenho perfeita noção que isto acaba por ser injusto para todas as obras que lerei de Sándor, mas é uma comparação que não posso deixar de fazer, é mais forte que eu. De qualquer forma, não posso retirar valor a este livro e foi uma leitura que embora não me tenha maravilhado, deu para matar as muitas saudades que tinha dos livros do autor. aqui
Previsivelmente Irracional - Dan Ariely Mal li a nota explicativa do autor do porquê deste livro, sabia que ia adorar ler este livro. A princípio pareceu-me que algumas das suas teorias eram um pouco afastadas da realidade, pois limitam-se a estudar apenas um prisma, mas rapidamente vi o quão errada é essa ideia. É um livro que nos obriga a reflectir sobre as nossas acções do dia-a-dia, que fazemos automaticamente e sem fazer caso delas, mas que podem ter uma explicação muito simplista. Fiquei incrivelmente surpreendida com vários dos estudos que o autor fez com os seus colegas e uau... é um livro que nos faz considerar que o nosso comportamento irracional é menos honesto do que aquilo que possamos pensar. É também um livro que nos faz reconsiderar a pouca importância que damos à nossa mente. Há alguns gestos que por serem automáticos, não lhes damos importância e talvez sejam mesmo esses pequenos detalhes que explicam grande parte de sermos como somos, de pensarmos como pensamos. Muito interessante.
Catch-22 - Joseph Heller, Eduardo Saló Este é um dos clássicos modernos que toda a gente já leu, quer ler ou dizem os entendidos, todos devemos ler pelo menos uma vez na vida. Uma obra fulcral para a literatura norte-americana, que versa sobre a Segunda Guerra Mundial e o mundo da burocracia da autoridade militar. Joseph Heller tornou-se largamente conhecido por ter escrito esta obra e confesso que não tinha grande curiosidade em ler tal obra, a não ser quando comecei a estudar literatura norte-americana. Quando comecei a ler este livro, não o fiz esperando uma obra de grande calibre. Na verdade, não sabia o que esperar e por isso não criei nenhuma expectativa em especial. Mas mal comecei a ler o livro, apercebi-me que este livro iria representar uma leitura de alguma dificuldade. É incrível como é que uma pessoa se consegue aperceber, logo às primeiras páginas, quando certo livro nos vai cativar ou não. A questão é que logo às primeiras páginas soube que não me ia apaixonar por este livro e assim foi. Podia apontar vários factores para que esta leitura não tenha corrido de forma perfeita, mas aquele que mais pesou para mim foi o de não ser a leitura certa no momento certo. Nesta altura do ano, costumo dar preferência a outros livros tal como policiais ou romances mais leves que permitam que a minha mente se descontraia e não clássicos, que em regra são livros que necessitam de mais atenção e de mais disponibilidade emocional. A meu ver, este livro precisava de uma leitura mais disponível e paciente e não foi isso que aconteceu, pelo que a experiência que tive com esta obra revelou-se bem amarga.De facto, achei a leitura morosa, a escrita de Joseph Heller aborreceu-me - não diria de morte, mas esteve lá perto - e infelizmente não consegui entrar no enredo nem liguei muito às personagens. Mas, o que me surpreende é a contrariedade dos meus sentimentos durante a leitura porque embora a escrita e a história em si me tenha aborrecido, também existiram momentos em que eu sabia reconhecer que o autor estava a criar uma situação hilariante e a descrever de forma cómica os acontecimentos mas de alguma forma, o riso não explodia. É como se a parte racional de mim soubesse que x situação deveria ter piada, mas a parte emocional não explodia de riso. É deveras frustrante pensar que um livro pode ter tão pouco efeito em nós. Até este ponto, se tivesse que classificar a leitura, diria que era uma leitura difícil e portanto daria 2 estrelas. (até me custa dizer tal coisa). Contudo, o que pesou mais para a minha classificação geral foi não a escrita, nem o humor, nem os personagens ou enredo, mas sim o Artigo 22 propriamente dito. Na minha opinião pessoal foi essa temática que safou este livro do aborrecimento total. Tenho que considerar que o autor, de uma forma quase banal, traz à luz uma parte importante da nação e cultura norte-americana - aquela que é a instituição militar e a burocracia que envolve todo este poder. Tenho a certeza que todos os países experienciam problemas similares com o nível de burocracia exagerada, mas de alguma forma, lendo este livro, poderíamos sentir-nos tentados a dizer que esse é um problema exclusivamente americano. O ridículo do nível excessivo que existe na burocracia do sistema militar americano é exposto pelo autor de forma caricata, mas incrivelmente eficaz. E por isso, não posso dizer que esta leitura tenha sido uma perda de tempo. Pelo contrário, acredito que podemos retirar sempre alguma coisa de todos os livros que lemos e neste caso pude ver que a guerra e as instituições governamentais têm, no seu seio, muitas situações ridículas e caricatas que nem sempre passam despercebidas aos civis (não deveria caracterizar o autor como sendo civil pois ele fez parte deste sistema militar quando jovem, mas de qualquer maneira é através da sua obra que os civis podem estar a par deste tipo de ocorrências - adaptadas à ficção, claro). aqui
The Host - Stephenie Meyer Nómada é a minha estreia absoluta na escrita da autora Stephenie Meyer. Antes deste livro, nunca tinha tido curiosidade em ler a série Twilight, os livros responsáveis pelo sucesso da autora. Foi apenas quando fui ver o filme que esta obra me suscitou interesse. Tendo gostado da adaptação cinematográfica, decidi ler o livro para confirmar que o livro era melhor do que o respectivo filme. O livro é bastante grande, pelo que esperava uma leitura lenta e foi exactamente isso que obtive. Comecei com algum entusiasmo, mas as minhas leituras de verão não foram muito bem conseguidas, pelo que passadas as 100 páginas esmoreci um pouco e inclusive deixei a leitura suspensa por algumas semanas. Não sei muito bem como classificar esta leitura. Já sabia o que esperar em termos de história e de personagens, portanto o livro não foi uma grande surpresa. Sabia que iria encontrar uma mistura entre ficção científica e romance e foi exactamente isso que encontrei. Encontrei um livro agradavelmente estruturado, com vários elementos em equilíbrio e por esse prisma, foi uma leitura agradável. Mas, as imagens que tive do filme não foram propriamente de ajuda para esta leitura. Dava muitas vezes por mim a ler uma cena e a pensar "onde é que isto apareceu no filme?" e não é assim que eu gosto de ler um livro. De maneira nenhuma. É por isso que me recuso a ver filmes antes de ler os livros. De qualquer forma, acabei por achar a leitura muito morna para as expectativas que criei. Depois de ter ouvido maravilhas sobre o livro, esperei encontrar algo fantástico e encontrei apenas o mediano. É tudo muito q.b. para o meu gosto. A escrita é agradável q.b., as personagens são interessantes q.b., o romance é intenso q.b. e é tudo muito meia-medida. Aquilo que se destaca nesta obra é o mundo. Se fosse apenas a considerar esse elemento, teria que dizer que por aí sim, está um livro muitíssimo interessante. Adorei a forma como a autora construiu as almas e como elas "ocupam" outros planetas. A construção desta realidade está muito bem feita e foi fantástica a forma como a autora construiu esta protagonista - sem dúvida uma das mais originais que li até agora - e a forma como equilibrou as duas personalidades. Acho que o ponto forte deste livro é a vertente de ficção científica e não o romance, como estaria à espera. O livro, no geral, não correspondeu às expectativas que eu tinha e por isso, acabei por não apreciar tanto esta leitura. Contudo, é de facto um livro interessante, que nos mostra uma realidade alternativa bem cativante descrito de uma forma fluída, sem cansar de forma exagerada. aqui
The Kite Runner - Khaled Hosseini Amir tem doze anos e a única preocupação dele são os concursos de papagaios aos quais concorre com todas as outras crianças de Kabul. O seu parceiro de brincadeiras é desde sempre, Hassan, um criado Hazara que cresceu com Amir, como sendo família. O Afeganistão vive ainda numa monarquia e vivem-se tempos de calma, onde as crianças podem correr pelas ruas sem qualquer preocupação. Podem viver, rir e correr, na medida do que seria normal noutro país qualquer. Mas um acontecimento vai mudar tudo isto. Não só o regime político do país irá sofrer uma reviravolta estonteante, como a vida de Amir se vira de pernas para o ar, na questão de alguns minutos. Esses minutos irão assombrar a existência pacífica que leva nos Estados Unidos da América até ao momento em que se dá a possibilidade de voltar a Kabul, à terra da sua infância. É a oportunidade de enterrar os fantasmas do passado e de começar de novo.Este autor tem feito um sucesso incrível no mundo literário não só com esta obra, mas também com as outras duas que se encontram já publicadas em Portugal com os títulos – Mil Sóis Resplandecentes e E As Montanhas Ecoaram. Este seu primeiro livro, The Kite Runner (creio que foi publicado há uns anos pela editora Relógio D’Água mas eu nunca o vi nas livrarias) já conta com uma adaptação cinematográfica e as reviews que tinha lido antes de ler o livro eram, na sua maioria, muito entusiastas. Por isso, o meu interesse em ler este livro já existia antes de ele ter sido o terceiro livro mais votado aqui nesta minha iniciativa.A escrita do autor Khaled Hosseini é muito bonita. Foi logo das primeiras coisas que notei ao começar esta leitura, foi a sua narrativa não só fluída com uma beleza descritiva muito presente. É daqueles livros que temos que parar e rabiscar num papel várias frases, porque tocam qualquer coisa cá dentro e as palavras encaixam na perfeição. Mas não é só a escrita que deixa uma impressão positiva. O enredo, embora não bonito no sentido mais limitado da palavra, é bonito em significado. Não sei se esta frase faz algum sentido, mas esta é uma história triste. É-o e não há maneira de contornar esse facto. Ainda nem tinha chegado a metade do livro e já tinha aberto a torneira das lágrimas. Mas não é por ser triste que deixa de ser uma história bonita, os sentimentos que estão por trás de todo o desespero do regime talibã no Afeganistão. Foi isso que mais me impressionou nesta história. Apesar das personagens terem um destino miserável, a esperança e os sentimentos mais nobres não deixam de existir.Nem tudo é sombras, o leitor consegue vislumbrar o feixe de luz que traz a esperança de dias melhores para estes personagens. Tendo esta história como muleta, o autor consegue também lembrar-nos da realidade assustadora que se vive neste país, fácil de ignorar por vivermos num país tranquilo e seguro.Emocionei-me com as descrições do orfanato e aquilo que acontece aos órfãos, o quão vulneráveis estão estas crianças, sem ninguém que as proteja de forma eficiente. Por vezes é fácil esquecermo-nos que enquanto vivemos um dia sem preocupações, no outro lado do mundo, a mesma noção pode representar a mais distante das realidades e o mais ardente dos desejos.Por fim, acho que é um livro muito interessante para quem gostaria de saber mais sobre a cultura islâmica e sobre o país que já fez várias vezes capa de notícia. Para mim, foi uma leitura enriquecedora em muitos aspectos e valeu muito a pena. Estou muito curiosa para ver o respectivo filme, espero que consiga passar para o ecrã (com a mesma eficiência) o leque de emoções intensas que o livro nos convida a experienciar. aqui

Forbidden Falls (Virgin River)

Forbidden Falls - Robyn Carr Good enough story but somehow I didn't quite related to the characters. I liked that Noah and Ellie are strong and determined people but I just couldn't fall in love with them. On the other hand, I really enjoyed reading about the new developments with Vanni and Paul.
Twixt Firelight and Water (Sevenwaters, #5.5) - Juliet Marillier 3.5-ishI had hoped that the author would write something about Fiacha. He did deserve his own story and it was a good one, by that matter. I am glad that in this short-story we get to know about what happened to Padriac and what exactly was Fiacha and the role he had throughout the series.

For Darkness Shows the Stars

For Darkness Shows the Stars  - Diana Peterfreund 4,5 starsThis one is really close to a 5 star rating but not quite. Although I like Jane Austen, I haven't (yet) read Persuasion. Maybe this reading would have been different had I read Persuasion before this one but I don't think that that is something I need to worry about - much. I have to say I am thoroughly pleased with Diana Peterfreund's writing which makes me so excited to read Austen's book. Not knowing the story behind Persuasion was not a problem when it came to fall in love with the characters. Kai and Elliot sure make a wonderful couple and their story was rather intense in its own way. Ro and Dee also made this book worthwhile. But the thing is, I loved the world-building. I think the author created something wonderful and magical, complete with a scary dark side of things. This is a good dystopian world, one that has completely enchanted me. It helps that Diana's writing is beautiful with its descriptiveness and the way she envelops the reader in her world. I think she really has a knack to capture readers' attention with her words so cleverly put together. The finished product is a wonderful thing to behold.
Milagre - R.J. Palacio August é uma criança que tem uma aparência pouco usual. Quando vai à rua com a sua família, é normal as pessoas virarem as cara e olharem para o outro lado, na esperança de esquecerem aquela visão. É que August nasceu com uma deficiência genética rara e a sua aparência distingue-o de outras pessoas. É algo que não passa despercebido, embora a família de August tente levar uma existência o mais normal possível. Tanto que os pais de August decidem inscrevê-lo na escola, para que ele possa ter uma infância como outras crianças têm. Ele, que vai entrar para o quinto ano, verá a sua vida mudar de direcção e terá que superar novos desafios todos os dias, seja explicar às outras crianças porque é que o seu rosto é deformado, seja lidar com preconceitos desde tenra idade. Será para August e para todas as pessoas que o rodeiam, um ano de novas descobertas e muitas batalhas, mas também um ano de aprendizagem e de milagres.Já tinha lido bastantes opiniões positivas a este livro mas foi apenas quando este foi sugerido para a minha rubrica, Desafio dos Leitores, que tomei verdadeira atenção ao mesmo. Decidi lê-lo mais cedo que mais tarde e não me arrependo de tomar tal decisão, pois este livro é uma maravilha. Logo desde as primeiras páginas pressenti que August seria um narrador que apelaria a muitos leitores, pela forma como apresenta o seu dia-a-dia e como lida com os desafio que têm que encarar. Isto porque o seu relato primeiro inspira pena, mas esse é apenas um sentimento passageiro. Na verdade, a história de August inspira admiração e empatia a níveis que é difícil explicar. Embora seja um livro escrito a várias vozes, foi a voz de August aquela que mais me emocionou. Este é daqueles livros que se podem considerar uma lição de vida, por serem tão incrivelmente reais e tão inspiradores. É daqueles livros que nos obriga a considerar o que faríamos nós se tivéssemos na mesma situação. Várias vezes durante a leitura do livro me perguntei como me comportaria fosse eu o August, ou melhor ainda, que atitude teria eu se fosse amiga do August, se fosse professora de o August, se passasse pelo August. Estas são o tipo de perguntas que povoam o meu pensamento quando leio este tipo de livros. Porque apesar de ser um livro que inspira em nós sentimentos de maravilha e admiração pela bondade humana, também é um livro que nos obriga a pensar na crueldade humana e nos valores que nos são passados desde tenra idade, sobre o que é ou não normal. E é interessante pensar e considerar que tipo de seres humanos nos revelaríamos nas mesmas circunstâncias. Porque todos gostamos de pensar que somos bons e honrosos, mas só julgamos verdadeiramente o nosso carácter quando somos confrontados com as situações reais, quando nos acontece a nós. Em suma esta foi uma leitura que puxou muito pelas minhas emoções e é impossível não nos deixarmos encantar pela personalidade de August. E, acima de tudo, é uma leitura que nos dá esperança, que nos mostra que o mundo é bonito quando queremos que ele assim o seja. São as nossas acções que verdadeiramente definem o nosso carácter e são as nossas acções que determinam o comportamento que outras pessoas têm connosco. Foi uma leitura que me mostrou que em vez de esperarmos que o mundo seja gentil connosco, devemos nós ser gentis com o mundo. aqui
The Wide Window  - Brett Helquist, Lemony Snicket, Michael Kupperman These books are great to read when you find yourself with nothing to do in the middle of the afternoon. A light and funny read with Snicket's unique writing. Loving the Baudelaire siblings.
Little Bee - Chris Cleave Não posso contar o que acontece neste livro, não quero estragar a magia, como a sinopse bem demonstra. A beleza neste livro é ir ao seu encontro sem expectativas, sem sabermos o que acontece nestas páginas. Por isso, quero muito falar sobre o livro e sobre o que senti aquando a sua leitura, mas para saberem e perceberem verdadeiramente a minha experiência, terão que o ler. A verdade é que foi especialmente por causa desta opinião que eu comprei o livro. Nem pensei duas vezes, comprei o livro e pronto. Nunca pensei que demorasse 2 anos a chegar até ele, mas mais vale tarde que nunca e finalmente peguei na obra de Chris Cleave. Como já disse, não sabia o que ia encontrar nas páginas deste livro e quando comecei a leitura, passei por momentos de estranheza, talvez por me estar a estrear num novo autor e num novo tipo de escrita. Não durou muito, esta estranheza. O segundo capítulo escrito pela voz da Bee marcou o momento em que me deixei fascinar pela escrita do Chris Cleave e pela história que ele se preparava para contar. Quando a história começou a delinear-se com mais clareza, também se tornou mais claro para mim que este é um livro muito especial. Não sei o que me tocou mais nesta leitura, se o relato individual destas duas mulheres - que são estrondosos, pela força que demonstra ao longo do livro - se a forma como o autor nos mostrou isso mesmo. Não resta dúvida nenhuma que a narrativa do autor é fantástica. A forma como ele nos descreve pequenas coisas do dia-a-dia de forma tão pouco usual dá-nos que pensar. O discurso de Bee, inocente e sábio ao mesmo tempo é das coisas mais deliciosas que existe neste livro. E a voz de Sarah, tão disfuncional, emocional e racional ao mesmo tempo, das mais desafiantes. Se pudesse arranjar um adjectivo que descrevesse esta leitura seria intenso. Mas mesmo essa palavra não chegaria para descrever o mundo de emoções que esta história encerra. Há tantas passagens deste livro que tive que apontar para mais tarde recordar mas há uma, que apesar de não ser mais especial que as outras todas, me deixou uma marca especial:You will laugh, but this was the first time I had seen water made solid. It was beautiful - because if this could be done, then perhaps it could be done to everything else that was always escaping and running and vanishing into sand or mist.- Chris Cleave E várias vezes senti a necessidade de solidificar todas as emoções que tive durante a leitura deste livro. Talvez, se isso fosse possível, pudesse explicar de melhor forma o impacto que esta história teve em mim. Se há livro que me deixa sem palavras, este é o tal. Nem sempre podemos descrever o que sentimos ao ler um livro e esse é um destes casos. Talvez porque não exista, na verdade, muitas palavras que possam explicar a experiência. E se assim é, deixemos que o livro fale por si mesmo.
Marina - Carlos Ruiz Zafón, Maria do Carmo Abreu Carlos Ruiz Zafón é um dos grandes nomes da literatura espanhola contemporânea. Este nome começou a ser largamente conhecido devido ao sucesso que o seu romance A Sombra do Vento fez por esse universo literário fora, embora este seja o livro mais querido do autor, segundo ele próprio diz. Tendo adorado todos os outros livros que já li dele (especialmente o A Sombra do Vento) foi com muitas expectativas que iniciei esta leitura, apesar de não saber o que aqui iria encontrar. O cenário de Barcelona, já usual nos seus livros, continua mágico como sempre, pois as descrições que o autor faz da cidade transportam uma magia que não é facilmente definível. A sua escrita, além dos cenários que o autor cria, são dois factores que tornam as suas obras realmente especiais. As suas personagens e as emoções destas, são outro. Marina é rico em todos estes factores apesar de ser um livro pequeno. E eu apaixonei-me completamente por ele. Pela história, pelas personagens e por todos os momentos intensos que recheiam esta obra. Diria que o livro é uma mistura de fantasia com romance - um romance inocente, breve, mas ainda assim um romance. E sem dúvida que foi uma mistura que resultou na perfeição. Adorei o Óscar, desde o início. Senti-me impelida a ler as aventuras dele e da Marina e foi muito difícil dizer adeus a este protagonista. Porque há histórias que nos conquistam e muitas vezes não sabemos explicar porquê. E esta foi uma delas. O enredo parece-nos leve, à partida, mas nele se encerra uma certa lição, algo que podemos retirar para a nossa experiência de vida e essa é uma grande qualidade nas obras de Zafón. Adoro a forma como ele transforma uma simples história num mundo infinito cheio de possibilidades. É um mundo encantado, mas muito real. É um mundo muito apaixonante, mas por vezes desesperante. Enfim, é um mundo que me conquistou logo às primeiras palavras e foi a leitura certa no momento certo. Não há muito mais que possa explicar isso. A vida concede a cada um de nós raros momentos de felicidade. Às vezes são apenas dias ou semanas. Às vezes, anos. Tudo depende do nosso destino. A recordação desses momentos acompanha-nos para sempre e transforma-se num país de memória a que procuramos regressar durante o resto da nossa vida sem o conseguir. ~ Carlos Ruiz Zafón in Marinaaqui
A Loja dos Suícidios - Jean Teulé Ia escrever uma opinião para o meu blogue sobre este pequeno livro, mas isto não anda lá muito bom para grandes opiniões. Este livro foi descoberto há muito pouco tempo por uma amiga. Logo que ela me falou dele, pensei que devia experimentar lê-lo já que era um livro tão pequeno e tinha um título tão apelativo. Na verdade, este é um livro pequeno mas bem divertido. Tem um conceito original e confesso que me arrancou muitas gargalhadas. O final foi assim um pouco agridoce, deixou-me dividida (ainda agora não me consigo decidir se foi de facto bom ou mau) mas gostei bastante de conhecer este livrinho.
Uma Morte Súbita - Alberto Gomes, Manuel Alberto Vieira, Marta Fernandes, J.K. Rowling Tudo começa com a morte súbita do vogal Barry Fairbrother da Assembleia da pequena cidade de Pagford. Ninguém estava à espera que isto acontecesse, muito menos nas circunstâncias em que esta morte se deu. A comunidade desta cidade inglesa fica abalada, pelas melhores e piores razões. Uma morte assim faz pensar na vida, nos tempos que achamos que temos pela frente e que nos são retirados de um momento para o outro. Mas por outro lado, uma vaga súbita na Assembleia é um palco e uma oportunidade perfeita para alguns membros desta comunidade e assim a cidade de Pagford vê-se envolvida numa luta de vontades que se revela muito mais do que apenas o preencher de uma vaga da Assembleia. Já todos conhecemos este nome da literatura inglesa contemporânea e todos sabemos o quanto este livro deu que falar na esfera literária. É um nome que dispensa apresentações e foi com um entusiasmo febril que os fãs da autora receberam este seu novo lançamento. Já muito se escreveu sobre esta obra. Há quem diga mal e há quem diga maravilhas. Estes livros que rapidamente se tornam um fenómeno são sempre assim, não dá de maneira nenhuma para agradar a gregos e a troianos. Na altura em que o livro saiu e era uma novidade fresquinha, vi muitas opiniões que se referiam ao facto deste regresso de Rowling ter sido uma desilusão. Não querendo contrariar a opinião pessoal de ninguém, nem os seus gostos, tenho que admitir que a desilusão deve ter sido por razões que não se prendem com o livro em si. Dá-me a parecer que alguns leitores não se conseguem dissociar do nome que Rowling criou para si como criadora de Harry Potter. E talvez por isso não olhem para este livro como ele merece ser olhado. Para mim, um grande escritor é aquele que (além de outros factores) consegue variar o seu estilo de escrita e é aquele que se move com conforto em várias áreas da literatura. O que interessa escrever 7 grandes livros de fantasia juvenil se só soubermos escrever sobre isso a vida inteira? O sucesso já foi atingido, é preciso é talento para manter esse mesmo sucesso. Foi por isso que abri este livro a pensar que isto seria uma autora que estaria a experimentar pela primeira vez. Não sabia ao que ia e apesar de estar extremamente curiosa, não construí nenhum tipo de expectativas para esta leitura. Não podemos pôr um autor num altar e depois trucidá-lo quando ele tenta criar algo diferente, apenas porque estamos habituados a vê-lo num certo registo. Uma Morte Súbita tem um início algo... estranho, diria. A primeira abordagem ao livro dá a parecer que será um livro de difícil leitura, pesado, até um pouco maçante. As primeiras 50 páginas deixaram-me realmente um pouco hesitante na leitura. Temos muitas personagens para conhecer e a autora está a apresentar-nos um mundo que nos é desconhecido, mas ao mesmo tempo familiar. Pensei inclusive que não estava a perceber o que é que a autora queria atingir com aquele início - seria isto um thriller ou apenas um conjunto de circunstâncias estranhas com muita asneira à mistura? Mal passou esse período de adaptação, comecei a entranhar-me nesta pequena comunidade de Pagford e comecei a interessar-me realmente nas pessoas que a autora nos estava a tentar dar a conhecer de uma maneira muito particular e muito intimista. Já tinha investido algo de pessoal na leitura, apenas porque senti uma ligação àquele universo fechado que é uma pequena cidade. O que a autora fez nesta obra foi pegar numa comunidade inglesa e descrever na perfeição uma micro sociedade incrivelmente realista. Entramos de rompante na vida destes personagens e deixamo-nos arrastar para o seu dia-a-dia que é feito de pequenos desafios. A autora poderia estar a descrever a vida de qualquer um dos habitantes deste planeta. Esta micro sociedade que ela criou tem tudo - até as discrepâncias entre ricos e pobres. Está cá tudo, inclusive descriminação racial e económica. Fico sempre admirada quando os autores conseguem capturar na perfeição esta que é a nossa dimensão humana. Todos os nossos defeitos, tudo aquilo que nos move. Este livro captura de uma forma incrivelmente certeira tudo aquilo que nos caracteriza como humanos, seja isso o bom ou o mau que vive dentro de todos nós. Mais incrível que tudo é apercebermo-nos de como um acontecimento quase "casual" (afinal morrem pessoas todos os dias) cria este rol de acontecimentos verdadeiramente estonteante. Para mim este é um retrato social muito bem construído e a forma como a autora escolher expor este cenário por vezes degradante, foi muito inteligente. Também tenho noção que não será um livro de que toda a gente gostará, mas para mim, foi um livro que me fez parar para pensar nisto de ser humano. E se há livros que me ficam na memória, são mesmo aqueles que me fazem parar para pensar. É um livro que para mim, vale verdadeiramente a pena ler. aqui
O Homem de Sampetersburgo - Ken Follett aquiKen Follett é um dos grandes nomes do thriller e do romance histórico. Em qualquer destes dois géneros literários, o autor dá cartas com os seus livros cheios de acção e com informação histórica precisa e em abundância. A forma como ele mistura o facto com a ficção é também um dos seus grandes talentos. Pegando nos relatos históricos e naquilo que é conhecido, o autor pega em personagens fictícios e insere-os no universo histórico sem qualquer dificuldade, ao ponto de o leitor chegar a pensar “esta pessoa pode realmente ter existido ao lado dos grandes nomes da Humanidade”. Neste livro, O Homem de Sampetersburgo, somos transportados para Londres e para as grandes maquinações políticas entre Rússia e Inglaterra que tentam firmar um tratado que permita à Inglaterra o apoio russo caso os primeiros entrem na guerra. Em troca, Inglaterra promete dar aos russos os territórios dos Balcãs. Os radicais russos que não vêm nesta guerra grande interesse, querem é que a Rússia entre numa das maiores revoluções que a História já viu. E para isso, algo trágico tem que acontecer. Como um assassínio ao diplomata russo que se encontra em Londres em negociações com os ingleses.Durante a leitura deste livro apenas pensava que estas páginas descreveriam a calma antes da tempestade da primeira Guerra Mundial. De calma é que este livro não teve nada. Está recheado de momentos bem intensos e o nível de acção está sempre no máximo.Gostei de várias coisas neste livro. O contexto histórico onde está inserido (gosto tanto de política quanto a Charlotte), as personagens e a escrita do autor – que já é bastante conhecida por estes lados. Como disse antes, a forma como o autor equilibra facto/ficção é verdadeiramente interessante. Manipulando os acontecimentos verídicos, o autor constrói um enredo fictício que nos deixa sempre ansiosos para ler mais. A sua escrita ajuda em muito a que isto aconteça, claro. Um bom enredo sem uma boa escrita não resulta bem.Contudo, confesso que o livro me surpreendeu mais por se ter revelado algo que eu não estava à espera. Quando comecei a ler o livro, esperava encontrar um thriller histórico, com muita política à mistura. E sim, encontrei tudo isso, mas também encontrei umas personagens com uma história de vida muito interessante e que deram uma graça diferente a este livro. De facto, o livro todo ele gira em torno deste homem de Sampetersburgo, que vem tentar assassinar o diplomata russo e assim despoletar uma revolução russa. Um homem que à partida parece um animal, sendo que a única coisa que gere a sua vida são os seus instintos de sobrevivência. Acabei por encontrar e conhecer um homem que, como qualquer outro humano, tem sentimentos e acaba por hesitar na sua missão, trazendo assim consequências graves ao curso da História. E no entanto, este homem tem ligações inegáveis a outras personagens que trazem cor a este relato político de 1914. É um livro rico na dimensão humana e na verdade, quem faz este livro, são os personagens que o povoam. Foi o que mais apreciei neste livro.No entanto, não posso deixar de referir uma coisa que me entristeceu e que embora tenha sido um erro pontual, não deixa de me chatear. Na página 406 encontrei a seguinte frase: ” Faça o melhor que poder (…).” Até doí ver este tipo de erros.Uma leitura muito agradável e que não desaponta.
The Reptile Room   - Brett Helquist, Lemony Snicket, Michael Kupperman Lemony Snicket's writing is brilliant in its darkness. I must say I'm enjoying myself reading about the unfortunate events of the three Baudelaire orphans.

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Mil Sóis Resplandecentes
Manuela Madureira, Khaled Hosseini